A bateria está com todo prestígio atualmente: Dois grandes filmes presentes nas indicações de melhor filme para o Oscar 2015 contaram com a bateria no plano principal ou secundário das cenas e trilhas sonoras.
No filme Whiplash: Em Busca da Perfeição, o personagem principal é um baterista que sonha em ser o melhor e marcar o seu nome na música, tal como Buddy Rich e outros grandes do instrumento. Ele é aluno de um sádico professor, que acredita em velhas preconcepções e chavões que aparecem literalmente ou subliminarmente no filme, como: "Baterista não é músico", ou quando no filme o professor justifica suas ações dizendo que Charlie Parker só se tornou quem ele era, pois levou uma "pratada" na cabeça, e que aquele era um método efetivo para se buscar um verdadeiro talento, puxando-o até o extremo limite.
Independente disso e por isso também, o filme é uma pérola para os músicos e não músicos. Mostrou como poucos a grande beleza e dificuldade que é tocar esse instrumento único.
Para corroborar isso que estou dizendo, muitos dos grandes bateristas em atividade vem falando sobre o filme, como Mike Portnoy, ex-baterista do Dream Theater, que postou em sua página do facebook: "Watched #Whiplash again for the 2nd time, blown away again! Best drumming film EVER made! Watch this -->
https://www.youtube.com/watch?v=dF3NAlZuYmI&feature=youtu.be
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Além de "Whiplash", Birdman, também concorrente ao Oscar de melhor filme, se destaca pela trilha sonora realizada pelo grande baterista Antonio Sánchez, que ficou de fora da lista de pré-indicados ao Oscar 2015 para Trilha Sonora.
Durante a película, um som de bateria permeia as cenas, sendo um dos principais diferenciais do filme.
O diretor Alejandro Iñárritu diz que acha que houve preconceito contra o trabalho prioritariamente percussivo de Sanchez:
"A bateria é, para mim, a batida do coração dos atores. Eu acho que a bateria é um instrumento que não foi muito explorado no cinema. Acho ela tão eficiente quanto a guitarra ou o piano", avaliou o diretor. O cineasta não poupou críticas ao parecer da Academia sobre o assunto. "É uma decisão injusta. É óbvio que a trilha sonora de Antonio representa mais 50% das músicas usadas no filme [um dos critérios para ser elegível]. Isso é um fato. Eu sei que há muito preconceito quando se debate se a bateria tem ou não melodia. Este cara [Antonio Sanchez] estudou música por sete anos em Berklee [uma das melhores, senão a melhor, faculdade de música do mundo]. Ele é um baterista profissional há 30 anos", defendeu Iñárritu. "O filme não seria o mesmo sem a bateria de Antonio. Não considerar isso é dizer 'a bateria não é importante, nós não consideramos isso uma composição musical'. Se eles realmente desclassificarem a trilha sonora será um grande erro. Será escandaloso", afirmou o diretor. (Ouça parte da trilha sonora do filme abaixo)