Frederico Heliodoro, contrabaixista, guitarrista, compositor, produtor e arranjador. Foi um dos vencedores do prêmio BDMG Instrumental de 2009.
Mais um excelente músico brasileiro que desponta com destaque, e que passou esse mês com sua banda pelo Sesc Instrumental Brasil.
Com os holofotes ligados nele e seu grupo, a poeira levantou e o verbo rítmico e melódico se soltou com energia, acertando os ponteiros do batimento dos metrônomos audi-emotivos dos ouvintes presentes.
A onipresença do som dos membros de sua banda legitimaram um grande som apresentado no palco.
Para degustação, segue link de vídeos e site de Frederico, e entrevista logo abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=-vRy2B8nfBc&feature=player_profilepage – Sesc Instrumental
http://www.myspace.com/fredericoheliodoro
--Quais projetos ao vivo ou em gravação você está envolvido no momento?
Bom, no momento, estou envolvido com o projeto do compositor Affonsinho, meu pai, que está lançando seu quinto disco pela gravadora Dubas, do Ronaldo Bastos. Eu gravei todos os baixos desse disco e co-produzi também. Faço parte do grupo Ramo, que também está lançando um cd agora, através do Projeto Pixinguinha. Gravamos em janeiro de 2009 com a produção do Benjamim Taubkin e estamos fazendo os shows de lançamento. Gravei o disco da cantora Beatriz Rodarte que será lançado em novembro e gravei 3 faixas do disco do compositor Antônio Loureiro, que está muito bom!! rsrsrs... Estou correndo atrás de coisas para o meu trabalho solo, com o qual me apresento com um quarteto: baixo, piano, sax e bateria. Gravei o meu disco em um fim de semana em setembro e agora estou aguardando para começar a mixar.
--Como você definiria a música que você faz? Teria uma influência fusion com música brasileira?
Acho que a música que eu faço é o reflexo de tudo o que eu já ouvi até agora. Jimi Hendrix, B.B.King, Mutantes, Beatles, Tom Jobim, João Gilberto, Moacir Santos, Ed Motta, Hermeto, Bojan Z, Joshua Redman, Chick Corea, Wayne Shorter etc. Eu, particularmente, não considero "fusion". Essa palavra me lembra coisas que eu não gosto tanto. Apesar de significar "fusão", acho que minhas músicas têm um pouco de influência brasileira, como o samba e o maracatu, mas a base é o groove e o jazz mesmo.
-- Você gosta de tocar outros estilos, como o rock, por exemplo?
Eu comecei tocando rock'n roll. Sempre gostei e acho fundamental pra qualquer músico ter uma experiência no rock. Assim como o blues e o funk. Pra mim, como baixista, isso foi de grande importância. A performance no palco, a "economia" quando eu toco acompanhando alguém e o fraseado da pentatônica. Essa influência, claro, aconteceu graças ao meu pai.
--O que você destacaria na cena instrumental de Belo Horizonte como pontos positivos em relação a outras cidades, como São Paulo?
Não sei como responder essa pergunta. Em Belo Horizonte sempre aparece um lugar novo pra tocar, e aí todo mundo vai tocar lá. E depois o lugar fecha, ou vizinho manda a polícia. É sempre assim. Não sei como é em São Paulo, porque até agora só toquei em teatro. E tem o lance da cultura do couvert artístico. Infelizmente muita gente ainda se submete a isso. O bar quer que você toque e leve o público. E se não for ninguém, a culpa é do músico que ainda sai ganhando mal. A responsabilidade de o lugar encher é do bar. A nossa responsabilidade é tocar.
--Que música tu gosta, mas tem vergonha de contar?
Não tenho vergonha de contar. Se eu escuto uma música e ela é boa pra mim, isso já vale. Justin Timberlake, por exemplo. Eu acho muito legal. Falo pra todo mundo. O som que ele faz não é menor porque ele cantava no N-Sync há sei lá quantos anos atrás. O show do cara é groove, mega produção! Do nada aparece um Rhodes no palco e o cara vai lá e toca bem!
--Muitos baixistas costumam explorar a natureza melódica de seu instrumento. Como você pensa as melodias de suas composições?
Eu componho mais no piano e no violão. E vou cantando as melodias, imaginando elas para o sax ou para o piano. As músicas vêm naturalmente. Não acho legal compor pensando em não usar clichês ou coisa do tipo. Esse tipo de processo cria um resultado redundante e não inovador, NA MINHA HUMILDE OPINIÃO, porque vários "alunos" pensam a mesma coisa e fica tudo meio parecido. É engraçado até. Mas as minhas músicas eu vou fazendo sem pensar, se surgir alguma coisa legal, ótimo. Se não, tá bom também. Música simples é legal.
--Qual o peso do background de cada músico e da prática em grupo no processo de amadurecimento de novos projetos e de um show como o do Sesc Instrumental? Qual o tempo dedicado a cada fase?
É muito importante, para o seu trabalho, escolher músicos que vão tocar o que você quer ouvir. Para isso acontecer, tem que ter uma certa compatibilidade de influências. Eu formei um quinteto, que pra mim, funcionou muito bem no Sesc. No momento eu reduzi a formação pra quarteto porque eu acho que a simplicidade aumenta a capacidade de criação em cima de cada tema. E o som que eu estou curtindo no momento é esse. Para o show do Sesc a gente começou a ensaiar um mês antes. Devemos ter feito uns 5 ensaios. Gravando os ensaios e ouvindo, pra reparar o que podia melhorar etc. Para a gravação do cd do Ramo, ensaiamos 2 meses, tipo 3 vezes por semana. Nesse caso, quanto mais ensaio, melhor, por causa dos arranjos e tudo o mais. É muito importante tocar junto, um ouvindo o outro, conhecendo a maneira de tocar de cada um que está no som.
Mais um excelente músico brasileiro que desponta com destaque, e que passou esse mês com sua banda pelo Sesc Instrumental Brasil.
Com os holofotes ligados nele e seu grupo, a poeira levantou e o verbo rítmico e melódico se soltou com energia, acertando os ponteiros do batimento dos metrônomos audi-emotivos dos ouvintes presentes.
A onipresença do som dos membros de sua banda legitimaram um grande som apresentado no palco.
Para degustação, segue link de vídeos e site de Frederico, e entrevista logo abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=-vRy2B8nfBc&feature=player_profilepage – Sesc Instrumental
http://www.myspace.com/fredericoheliodoro
--Quais projetos ao vivo ou em gravação você está envolvido no momento?
Bom, no momento, estou envolvido com o projeto do compositor Affonsinho, meu pai, que está lançando seu quinto disco pela gravadora Dubas, do Ronaldo Bastos. Eu gravei todos os baixos desse disco e co-produzi também. Faço parte do grupo Ramo, que também está lançando um cd agora, através do Projeto Pixinguinha. Gravamos em janeiro de 2009 com a produção do Benjamim Taubkin e estamos fazendo os shows de lançamento. Gravei o disco da cantora Beatriz Rodarte que será lançado em novembro e gravei 3 faixas do disco do compositor Antônio Loureiro, que está muito bom!! rsrsrs... Estou correndo atrás de coisas para o meu trabalho solo, com o qual me apresento com um quarteto: baixo, piano, sax e bateria. Gravei o meu disco em um fim de semana em setembro e agora estou aguardando para começar a mixar.
--Como você definiria a música que você faz? Teria uma influência fusion com música brasileira?
Acho que a música que eu faço é o reflexo de tudo o que eu já ouvi até agora. Jimi Hendrix, B.B.King, Mutantes, Beatles, Tom Jobim, João Gilberto, Moacir Santos, Ed Motta, Hermeto, Bojan Z, Joshua Redman, Chick Corea, Wayne Shorter etc. Eu, particularmente, não considero "fusion". Essa palavra me lembra coisas que eu não gosto tanto. Apesar de significar "fusão", acho que minhas músicas têm um pouco de influência brasileira, como o samba e o maracatu, mas a base é o groove e o jazz mesmo.
-- Você gosta de tocar outros estilos, como o rock, por exemplo?
Eu comecei tocando rock'n roll. Sempre gostei e acho fundamental pra qualquer músico ter uma experiência no rock. Assim como o blues e o funk. Pra mim, como baixista, isso foi de grande importância. A performance no palco, a "economia" quando eu toco acompanhando alguém e o fraseado da pentatônica. Essa influência, claro, aconteceu graças ao meu pai.
--O que você destacaria na cena instrumental de Belo Horizonte como pontos positivos em relação a outras cidades, como São Paulo?
Não sei como responder essa pergunta. Em Belo Horizonte sempre aparece um lugar novo pra tocar, e aí todo mundo vai tocar lá. E depois o lugar fecha, ou vizinho manda a polícia. É sempre assim. Não sei como é em São Paulo, porque até agora só toquei em teatro. E tem o lance da cultura do couvert artístico. Infelizmente muita gente ainda se submete a isso. O bar quer que você toque e leve o público. E se não for ninguém, a culpa é do músico que ainda sai ganhando mal. A responsabilidade de o lugar encher é do bar. A nossa responsabilidade é tocar.
--Que música tu gosta, mas tem vergonha de contar?
Não tenho vergonha de contar. Se eu escuto uma música e ela é boa pra mim, isso já vale. Justin Timberlake, por exemplo. Eu acho muito legal. Falo pra todo mundo. O som que ele faz não é menor porque ele cantava no N-Sync há sei lá quantos anos atrás. O show do cara é groove, mega produção! Do nada aparece um Rhodes no palco e o cara vai lá e toca bem!
--Muitos baixistas costumam explorar a natureza melódica de seu instrumento. Como você pensa as melodias de suas composições?
Eu componho mais no piano e no violão. E vou cantando as melodias, imaginando elas para o sax ou para o piano. As músicas vêm naturalmente. Não acho legal compor pensando em não usar clichês ou coisa do tipo. Esse tipo de processo cria um resultado redundante e não inovador, NA MINHA HUMILDE OPINIÃO, porque vários "alunos" pensam a mesma coisa e fica tudo meio parecido. É engraçado até. Mas as minhas músicas eu vou fazendo sem pensar, se surgir alguma coisa legal, ótimo. Se não, tá bom também. Música simples é legal.
--Qual o peso do background de cada músico e da prática em grupo no processo de amadurecimento de novos projetos e de um show como o do Sesc Instrumental? Qual o tempo dedicado a cada fase?
É muito importante, para o seu trabalho, escolher músicos que vão tocar o que você quer ouvir. Para isso acontecer, tem que ter uma certa compatibilidade de influências. Eu formei um quinteto, que pra mim, funcionou muito bem no Sesc. No momento eu reduzi a formação pra quarteto porque eu acho que a simplicidade aumenta a capacidade de criação em cima de cada tema. E o som que eu estou curtindo no momento é esse. Para o show do Sesc a gente começou a ensaiar um mês antes. Devemos ter feito uns 5 ensaios. Gravando os ensaios e ouvindo, pra reparar o que podia melhorar etc. Para a gravação do cd do Ramo, ensaiamos 2 meses, tipo 3 vezes por semana. Nesse caso, quanto mais ensaio, melhor, por causa dos arranjos e tudo o mais. É muito importante tocar junto, um ouvindo o outro, conhecendo a maneira de tocar de cada um que está no som.
2 comentários:
Bacana a entrevista - e muito oportuna. É muito legal reconhecer o valor de gente jovem que faz música densa, com substância. Parabéns pela iniciativa do Blog e pelo conteúdo da entrevista. Fred é um talento já relevante, e tenho certeza que o continuará sendo ao longo da carreira.
curti pacas o que ouvi no myspace e nos vídeos com o quinteto...temas bacanas e,principalmente,uma execução enxuta.
a galera tem energia e idéias novas...deve tocar isso tudo junto,sem medo de errar...assim penso.
valeu o post,
abraçsonoros e pacíficos
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