Aproveitem a segunda parte da entrevista com Christiano Rocha, recheada de boas informações e leque aberto de influências…
Abrs!
-- Qual o set que você usou? Quais pratos, caixa… Como foi a escolha da caixa e do respectivo som para o disco?
-- Qual o set que você usou? Quais pratos, caixa… Como foi a escolha da caixa e do respectivo som para o disco?
Como a primeira gravação é de 1996 e a última é de 2006, os kits variaram bastante. Boa parte das faixas foi gravada com minha DW Collector’s Series (maple), medidas 10” , 12” , 14” , 16” , bumbo de 20” x 18” e várias caixas, inclusive minha predileta, uma Pearl modelo Steve Ferrone, de 14” x 6 ½”. Usei também uma caixa Pearl free floating de 14” x 6 ½”, uma DW de 5” , uma de 12” da Mapex e uma soprano que peguei emprestada com o Giba. Voltando às baterias, também usei uma Ludwig, que não tenho o hábito de usar, mas era o que tinha no estúdio em que gravei uma das faixas, em Nova York. Usei também uma Yamaha 9000, mas depois que comprei a DW me desfiz dela, apesar de achá-la uma excelente bateria. Minhas referências de som de bateria fogem da linha que vem sendo seguida, que é aquela linha vintage, meio jazzy, que acho bacana também, mas não é “meu som”. Gosto do som de bateria do Teo Lima, do Carlos Bala, do Carlos Vega (principalmente no disco GRP Live in Session), do Simon Phillips (que acho que é o melhor som de bateria atualmente) e também do som de bateria do Vinnie Colaiuta naquele vídeo Zildjian Day in New York. Enfim, gosto de tambores que cantam e pratos com um release controlado e com certo brilho, tipo os K Brilliant. Pratos foram vários. Rides, crashes, splashes, chinas, bells, chimbais. Usei Sabian (HH), Zildjian (A Custom, K e Avedis), Istanbul Mehmet, Paiste, e outros sem marca, que são “péssimos”, baratos e vagabundos, mas que adoro e não os vendo por nada!
Quanto a escolher o “som para o disco”, fui mostrando algumas referências (discos, no caso) para os produtores Cláudio Machado e Adonias Júnior (este último mixou e masterizou o CD), coisa que aprendi com meu amigo Zezo Ribeiro quando trabalhávamos em seu CD Flamencando , que considero um disco belíssimo e atemporal. Na verdade, a equação é simples: captação não funciona para arrumar problema de timbragem – seja devido a “mão” do cara que tocou (ou “não” tocou) ou ao instrumento utilizado; mixagem não é para arrumar problema de captação; masterização não é para arrumar problema de mixagem. Moral da história: se você tirar som do instrumento, o instrumento for bom (bem afinado, com peles novas, sem parafuso solto etc.), a captação for boa (sala, mics e prés de qualidade) a mix e a masterização forem feitas com uma pessoa de confiança, não tem como o disco soar mal. Claro que também entra a parte conceitual e artística, mas aí é outra história.
-- Quais as influências mais marcantes que você e os músicos que gravaram o disco tiveram e projetaram para o mesmo? Foi algo antes de tudo pensado, ou muita coisa surgiu durante as gravações? Quem gravou com você as faixas?
Quanto a escolher o “som para o disco”, fui mostrando algumas referências (discos, no caso) para os produtores Cláudio Machado e Adonias Júnior (este último mixou e masterizou o CD), coisa que aprendi com meu amigo Zezo Ribeiro quando trabalhávamos em seu CD Flamencando , que considero um disco belíssimo e atemporal. Na verdade, a equação é simples: captação não funciona para arrumar problema de timbragem – seja devido a “mão” do cara que tocou (ou “não” tocou) ou ao instrumento utilizado; mixagem não é para arrumar problema de captação; masterização não é para arrumar problema de mixagem. Moral da história: se você tirar som do instrumento, o instrumento for bom (bem afinado, com peles novas, sem parafuso solto etc.), a captação for boa (sala, mics e prés de qualidade) a mix e a masterização forem feitas com uma pessoa de confiança, não tem como o disco soar mal. Claro que também entra a parte conceitual e artística, mas aí é outra história.
-- Quais as influências mais marcantes que você e os músicos que gravaram o disco tiveram e projetaram para o mesmo? Foi algo antes de tudo pensado, ou muita coisa surgiu durante as gravações? Quem gravou com você as faixas?
Chamei os músicos que chamei porque queria o som deles, mas se você ouvir o disco provavelmente notará de antemão as referências, influências e “cópias” (de minha parte, no caso), que são claras. Algumas até vindas de outras formas de arte, como o cinema, como é o caso da introdução da primeira faixa, totalmente Blade Runner, feita pelo Emílio Mendonça (tecladista). Ritmismo é um CD meio contemplativo, bom para ser ouvido numa viagem de carro, por exemplo. Posso citar várias referências, minhas e dos músicos dos quais tocaram no disco: Pat Metheny; Lyle Mays; Vinnie Colaiuta; Steve Winwood; Frank Zappa; Joe Zawinul; Manu Katché; Bill Frisell; Rubén Blades (disco Mundo); Arthur Maia (que tocou no CD); os overdubs do Paul Wertico no disco First Circle do Pat Metheny Group; Cama de Gato; Allan Holdsworth; Hermeto Pascoal; Teco Cardoso (que tocou no disco); Dori Caymmi; Zezo Ribeiro (que tocou no disco); Olmir Stocker (“Alemão”); Paulinho da Costa; Carlos Bala; Pascoal Meirelles; Hélio Delmiro; Tania Maria; o samba jazz carioca; Milton Banana; Rubinho Barsotti; David Garibaldi; Rique Pantoja; Cesar Camargo Mariano; Giba Favery (que participou da faixa “Gaia”); Zonazul; Michel Freidenson (que tocou no disco); Teo Lima; Batacotô; Paulinho Vieira (um baterista sensacional, grande influência que tenho, que mora em Ribeirão Preto ); a música do Oriente Médio; as bandas desenhas do português José Carlos Fernandes; Ivan Lins; Milton Nascimento; Renato Consorte (que tem um belo trabalho instrumental e que tocou no disco); o jequibau de Ciro Pereira e Mário Albanese; Max Roach; Terry Bozzio; Steve Smith; lounge; Trilok Gurtu; Maria João; Anggun; Jean Luc Ponty; Steely Dan; Chroma; Elements (Danny Gottlieb e Mark Egan); Bobby McFerrin (disco Bang!Zoom); Miles Davis; Tony Williams; Michael Brecker; Dave Brubeck; Jeff “Tain” Watts; Herbie Hancock; Mike Stern (o disco Voices é uma grande referência que carrego comigo); The Players; Steps Ahead; André Geraissati (que tocou no disco) e seus discos Next e DADGAD; Steve Gadd; Jeff Porcaro; Stewart Copeland; The Police; Sting; Luiz Gonzaga; Azael Rodrigues; Ronaldo Basbaum; Flávio Venturini; 14 Bis; Wander Taffo; Toto; Mike Porcaro; Phil Collins; Gino Vannelli; Michael Sembello; Alejandro Sanz; Alfredo Paixão; Van Halen; Journey; Deen Castronovo; o disco American Garage, do Pat; as frases de prato do Terry Bozzio (se ele ouvir o disco, me processa!); Steve Lukather; Los Lobotomys; Simon Phillips; Torcuato Mariano (que tocou no disco), e que gravou um disco que adoro, Atelier; Dennis Chambers; Mike Clark; Jeff Beck; Arismar do Espírito Santo; o maracatu e os espetáculos populares de Pernambuco; Marcus Miller; Ronny Jordan; música flamenca (buleria, martinete etc.); Paco de Lucia; Vicente Amigo; Chano Dominguez; a Guernica, de Picasso; Mario Boffa Jr (que está no CD); James Brown; Maxwell; EWF; Screaming Headless Torsos; Omar Hakim; Renato “Massa” Calmon; John Patitucci (que tocou no disco); Mozart Mello (que também tocou no disco); as trilhas do Jeff Beal etc. Isso sem falar na influência de todos meus mestres.
O CD contou com a participação de quarenta músicos. Além dos nomes que citei, também participam: Cláudio Machado (costumo dizer que o disco é mais dele do que meu); Adonias Júnior; Adriana Godoy; André Olzon; Celio Barros; Djalma Lima; Edu Ardanuy; Eduardo Queiroz; Eugénia Melo e Castro; Evandro Gracelli; Fábio Augusto; Fábio Luchs; Fábio Santini; Fábio Zaganin; Graça Cunha; Gustavo Martins; José Roberto Gaia (que também assina quatro faixas do disco); Luciano Khatib; Marcelo Pizarro; Márcio Forte; Marcos Romera; Markinhos Tessari; Newton Carneiro; Rubinho Ribeiro; Vitor Alcântara; Walmir Gil e Wanderson Bersani.
-- Como foi misturar as tendências de música progressiva com os ritmos brasileiros? Que outras tendências e influências aparecem no álbum, no seu modo de ver? Algo de música oriental, talvez?
O CD contou com a participação de quarenta músicos. Além dos nomes que citei, também participam: Cláudio Machado (costumo dizer que o disco é mais dele do que meu); Adonias Júnior; Adriana Godoy; André Olzon; Celio Barros; Djalma Lima; Edu Ardanuy; Eduardo Queiroz; Eugénia Melo e Castro; Evandro Gracelli; Fábio Augusto; Fábio Luchs; Fábio Santini; Fábio Zaganin; Graça Cunha; Gustavo Martins; José Roberto Gaia (que também assina quatro faixas do disco); Luciano Khatib; Marcelo Pizarro; Márcio Forte; Marcos Romera; Markinhos Tessari; Newton Carneiro; Rubinho Ribeiro; Vitor Alcântara; Walmir Gil e Wanderson Bersani.
-- Como foi misturar as tendências de música progressiva com os ritmos brasileiros? Que outras tendências e influências aparecem no álbum, no seu modo de ver? Algo de música oriental, talvez?
A arte é progressiva. A música, assim como a vida, deve ser progressiva. A música brasileira não é exceção. Ninguém pegou a chave e a jogou fora, portanto, não me preocupo em ter de manter a tradição, apesar de achar muito importante conhecê-la. Detesto ir “by the book”. Não sou muito “certinho”, se é que você me entende. Faço um monte de coisa “errada”, de acordo com os “puristas”. Ótimo!
Quanto a estilos, Ritmismo mistura bastantes elementos, inclusive a música ocidental com a oriental. Essa fusão aconteceu naturalmente, mesmo porque não sou especialista em nada. Apenas adoro música e tenho a sorte de ser chamado para tocar diferentes estilos de música. Também sinto uma enorme necessidade de produzir, que nem sempre é a mesma coisa que trabalhar (afinal, nem todo trabalho, mesmo na música, é produtivo). Acho que o disco reflete tudo isso. Outro estímulo que tive para fazer o disco foi a curiosidade e a constante busca pelo conhecimento, afinal o aprendizado nunca para. Ninguém sabe tudo a ponto de não ter nada a aprender e não sabe nada a ponto de não ter nada a ensinar. Realizar esse projeto foi um grande aprendizado, inclusive no âmbito pessoal. Independente de fusões, buscas e afins, meu objetivo maior é que a música emocione, toque na alma, por isso fiz um disco que eu gostaria de ouvir. Cheguei perto, pois das quatorze faixas, “pulo” apenas três!
-- Qual foi o ritmo que te instigou a começar a tocar e fazer música?
.Quanto a estilos, Ritmismo mistura bastantes elementos, inclusive a música ocidental com a oriental. Essa fusão aconteceu naturalmente, mesmo porque não sou especialista em nada. Apenas adoro música e tenho a sorte de ser chamado para tocar diferentes estilos de música. Também sinto uma enorme necessidade de produzir, que nem sempre é a mesma coisa que trabalhar (afinal, nem todo trabalho, mesmo na música, é produtivo). Acho que o disco reflete tudo isso. Outro estímulo que tive para fazer o disco foi a curiosidade e a constante busca pelo conhecimento, afinal o aprendizado nunca para. Ninguém sabe tudo a ponto de não ter nada a aprender e não sabe nada a ponto de não ter nada a ensinar. Realizar esse projeto foi um grande aprendizado, inclusive no âmbito pessoal. Independente de fusões, buscas e afins, meu objetivo maior é que a música emocione, toque na alma, por isso fiz um disco que eu gostaria de ouvir. Cheguei perto, pois das quatorze faixas, “pulo” apenas três!
-- Qual foi o ritmo que te instigou a começar a tocar e fazer música?
Rock.
.
.
Vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=WHzlKZVjEhA - Christiano Rocha com Corciolli - Dvd
http://www.youtube.com/watch?v=7Zdsilu0sJ8 - Adriana Godoy e Christiano Rocha - Vento Bravo
http://www.youtube.com/watch?v=aMz9DvrvpTg&feature=related - Christiano Rocha Quarteto - "Armando's Rhumba
Nenhum comentário:
Postar um comentário