O que aconteceria se o mundo conseguisse perder as amarras do tempo, e pudesse verdadeiramente apreciar e apreender a Cultura?
Certamente, o trabalho do compositor de música contemporânea Roberto Victorio não passaria em branco, e seria conduzido a melhores apoteoses.
Roberto Victorio é um compositor de 30 anos de carreira, e tem como atual carro-chefe a obra Chronos, um ciclo de dez peças para formações instrumentais variadas, relacionadas por uma temática comum: a multiplicidade do tempo.
Segundo Roberto: "a obra do filósofo russo Pëtr Ouspensky, Tertium Organum (1912), é uma chave importante para o entendimento do tempo e destas combinações na obra. Ouspensky propôe a homogenia entre as dimensões do espaço e do tempo, sendo a natureza fugidida deste último determinada apenas pela limitação dos sentidos. A partir daí, conclui que nossa experiência comporta exatamente seis dimensões, e que nos encontramos em um nível de consciência que nos permite senti-las como três dimensões de espaço e três de tempo.
As peças de Chronos são trabalhadas com ênfase na quinta dimensão."
As peças de Chronos são trabalhadas com ênfase na quinta dimensão."
As dimensões de tempo são a 4º, (liga pontos passados a futuros) a 5º (é o espessamento desta linha, acumulando distintos agoras) e a 6º (altura do plano- possíveis caminhos para o agora).
Esta obra conceitual distingue-se de outras, justamente por trabalhar com todas essas questões filosóficas, musicalmente. Há de se apreciar todo este componente mágico de uma audição sinestésica
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"As obras foram concebidas num período de quatro anos. Sua busca pela complexidade e múltiplas possibilidades o fez pesquisar, por exemplo, na etnia indígena Bororo, interior de Mato Grosso, sonoridade extraída das flautas sagradas. Para tanto, foram dois anos convivendo com os índios para conseguir conquistar a confiança deles a ponto de permitirem o contato com o objeto sagrado."
"As obras foram concebidas num período de quatro anos. Sua busca pela complexidade e múltiplas possibilidades o fez pesquisar, por exemplo, na etnia indígena Bororo, interior de Mato Grosso, sonoridade extraída das flautas sagradas. Para tanto, foram dois anos convivendo com os índios para conseguir conquistar a confiança deles a ponto de permitirem o contato com o objeto sagrado."
E o que ouvimos é uma música inquietante, na contra-estética da música atual.
Para ver, ler e ouvir:
http://www.robertovictorio.com.br/artigos.htm
http://www.youtube.com/watch?v=kJcxCCgutxU&feature=related - Lançto de Chronos - Chronos I
http://www.youtube.com/watch?v=BcTKKqDjS7E&NR=1 - Roberto Victorio - Na Yucat
http://www.youtube.com/watch?v=3Yo5lIULFUI - Trio 3-63 - Chronos II (Roberto Victório) - Instrumental SESC Brasil - 02/02/2010 - Com Marcos Suzano (percussão) e Andrea Ernest (flauta) interpretando uma música de Chronos.
3 comentários:
Roberto Victorio é um dos maiores compositores da atualidade. Caio, voce sabia que a música Chrono X é para flauta e bateria ? ...puxa eu achei super bacana!
sim, é uma das músicas do cd....
abrs
http://www.youtube.com/watch?v=zqZrpNQNWak
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