Conheci pela primeira vez a música de Lupa Santiago há uns anos atrás em uma gig no Teta Jazz Bar em São Paulo. Dono de uma característica ímpar na guitarra da música instrumental feita aqui no Brasil, ele se destaca pelo constante espaço de criação contínua que se desenha nos seus temas, fraseados e improvisações, que sempre estão amalgamados em todos compassos de suas composições.
Lupa Santiago fez mestrado no Boston Conservatory e Berklee College Of Music (Boston, EUA – 2000), formou-se pela Berklee College Of Music (98) e graduou-se pelo Musicians Institute (GIT/Los Angeles, EUA- 95). É Coordenador Pedagógico e Vice Diretor da Faculdade Souza Lima/SP.
Já tocou com diversos artistas internacionais e nacionais. Entre eles : Jerry Bergonzi, Bill Pierce, Jaleel Shaw, Dave Liebman, Ronan Guilfoyle, Jarmo Savolainen, Markku Ounaskari, Phil De Greg, Howard Levy, Vincent Gardner, Oscar Stagnaro, Gary Willis, Magos Herrera, Phil Wilson, Robert Kaufman, Rick Peckham, Vartan Ovsepian, Daniel D’Alcântara, Bob Wyatt, Nelson Faria, Fernando Corrêa, Sizão Machado, Vinicius Dorin, Edu Ribeiro, Banda Mantiqueira, Rogério Bocato, Nenê.
Destaque para o trabalho com a banda Sinequanon e seu último cd com eles, que se chama Horizonte Artificial.
Eis aqui a primeira entrevista realizada com um guitarrista nesse espaço do Música Contemporânea. Entrevista realizada por mim, com a colaboração de Marcelo Montes:
- Quais são seus atuais projetos?
Acabei de lançar dois novos livros pela editora Souza Lima no Brasil e pela Advance Music internacionalmente: Livro Novo Dicionário de Acordes Para Guitarra e Violão / Livro Play Along Música Brasileira em métricas Ímpares.
Também lancei o CD Novas Regras com meu grupo Regra de Três, e tocando bastante (Regra de Três: Lupa Santiago, Sizão Machado & Bob Wyatt).
Estou também tocando com meu outro grupo, Sinequanon (Lupa Santiago, Vitor Alcântara, Carlos Ezequiel & Guto Brambilla).
-- O que você mais gosta de fazer na música? Criar, compor o tema, acompanhar, improvisar?
Acho que o estilo de música que toco e os músicos com quem toco, tudo fica bom, e tudo se confunde: improviso acompanhamento, composição, tudo é criação. Procuro manter os dois lados vivos, ativos e renovados: compositor e guitarrista (improvisador) estudando ambos constantemente.
-- Como você acha que será a raiz do Jazz em um futuro daqui a cem anos? Algo do que já está sendo realizado? Ou algo totalmente diferente?
Sempre algo diferente. O jazz se renovou a cada 10 anos no ultimo século com estilos novos sempre: Dixie, Swing, Be Bop, Hard Bop, Cool Jazz, Free, Fusion, Moderno, e deve continuar assim. Renovar é o pressuposto do Jazz, a condição!!!
Cada novo estilo de jazz sempre traz na bagagem parte da tradição, a herança, o DNA, mas é um novo ser independente.
Os grupos de hoje são artisticamente importantíssimos e riquíssimos, não só no Jazz Americano, mas no brasileiro e no europeu, nunca se produziu tanta novidade!!
-- Como você encara a música hoje em sua vida? Como instrumento de trabalho que às vezes dá prazer ou um prazer que às vezes dá trabalho de mais?
Nem penso mais nisso, é minha vida e pronto, dá um trabalhão, mas tudo em que você se dedica e quer resultados requer um “trabalhão”. É dedicação quase que integral, mas é um prazer muito grande tocar, compor, ensinar e ouvir.
-- Qual é um sonho que você almeja na música que ainda não foi realizado?
Continuar tocando e gravando com grandes músicos, continuar compondo sempre e aumentar meus estudos.
-- Como foi sua trajetória como músico? O interesse pelo jazz foi sempre presente ou houve outras fases?
Comecei tocando rock. Foi no final da adolescência que comecei a me interessar por fusion, e na faculdade decidi me aprofundar no Jazz. Foi tudo natural, não premeditei nada.
Sempre tive grupos, é a maneira mais rápida de se desenvolver, vejo hoje as pessoas arrumando empecilhos para ensaiar e tocar ao vivo... Isso é uma grande besteira, quanto mais você tocar, melhor!!!!
-- Você é muito eloquente na linguagem do bebop. De onde vem isso?
Estudo muito este estilo, assim como todos os outros do Jazz, talvez este soe mais natural na minha linguagem. Eu transcrevo bastante coisa, de diferentes estilos e instrumentistas. Da época do Bebop ouço direto: Charlie Parker e Bud Powell, e Wes Montgomery, que considero passagem entre Be Bop e Hard Bop.
Mas também ouço Jazz Moderno: Dave Douglas, Dave Holland, Adam Rogers, Tim Berne, Bill Frisell. E muito Free: Paul Bley, Ornette Coleman e Don Cherry.
Links de vídeo e site:
http://www.youtube.com/watch?v=LJCVOlYVCtA – música Palavra Certa com Sinequanon no estúdio
http://www.youtube.com/watch?v=MyEzrQqc9BA – com o grupo MC4 no Sesc Instrumental Brasil
http://www.lupasantiago.com
Lupa Santiago fez mestrado no Boston Conservatory e Berklee College Of Music (Boston, EUA – 2000), formou-se pela Berklee College Of Music (98) e graduou-se pelo Musicians Institute (GIT/Los Angeles, EUA- 95). É Coordenador Pedagógico e Vice Diretor da Faculdade Souza Lima/SP.
Já tocou com diversos artistas internacionais e nacionais. Entre eles : Jerry Bergonzi, Bill Pierce, Jaleel Shaw, Dave Liebman, Ronan Guilfoyle, Jarmo Savolainen, Markku Ounaskari, Phil De Greg, Howard Levy, Vincent Gardner, Oscar Stagnaro, Gary Willis, Magos Herrera, Phil Wilson, Robert Kaufman, Rick Peckham, Vartan Ovsepian, Daniel D’Alcântara, Bob Wyatt, Nelson Faria, Fernando Corrêa, Sizão Machado, Vinicius Dorin, Edu Ribeiro, Banda Mantiqueira, Rogério Bocato, Nenê.
Destaque para o trabalho com a banda Sinequanon e seu último cd com eles, que se chama Horizonte Artificial.
Eis aqui a primeira entrevista realizada com um guitarrista nesse espaço do Música Contemporânea. Entrevista realizada por mim, com a colaboração de Marcelo Montes:
- Quais são seus atuais projetos?
Acabei de lançar dois novos livros pela editora Souza Lima no Brasil e pela Advance Music internacionalmente: Livro Novo Dicionário de Acordes Para Guitarra e Violão / Livro Play Along Música Brasileira em métricas Ímpares.
Também lancei o CD Novas Regras com meu grupo Regra de Três, e tocando bastante (Regra de Três: Lupa Santiago, Sizão Machado & Bob Wyatt).
Estou também tocando com meu outro grupo, Sinequanon (Lupa Santiago, Vitor Alcântara, Carlos Ezequiel & Guto Brambilla).
-- O que você mais gosta de fazer na música? Criar, compor o tema, acompanhar, improvisar?
Acho que o estilo de música que toco e os músicos com quem toco, tudo fica bom, e tudo se confunde: improviso acompanhamento, composição, tudo é criação. Procuro manter os dois lados vivos, ativos e renovados: compositor e guitarrista (improvisador) estudando ambos constantemente.
-- Como você acha que será a raiz do Jazz em um futuro daqui a cem anos? Algo do que já está sendo realizado? Ou algo totalmente diferente?
Sempre algo diferente. O jazz se renovou a cada 10 anos no ultimo século com estilos novos sempre: Dixie, Swing, Be Bop, Hard Bop, Cool Jazz, Free, Fusion, Moderno, e deve continuar assim. Renovar é o pressuposto do Jazz, a condição!!!
Cada novo estilo de jazz sempre traz na bagagem parte da tradição, a herança, o DNA, mas é um novo ser independente.
Os grupos de hoje são artisticamente importantíssimos e riquíssimos, não só no Jazz Americano, mas no brasileiro e no europeu, nunca se produziu tanta novidade!!
-- Como você encara a música hoje em sua vida? Como instrumento de trabalho que às vezes dá prazer ou um prazer que às vezes dá trabalho de mais?
Nem penso mais nisso, é minha vida e pronto, dá um trabalhão, mas tudo em que você se dedica e quer resultados requer um “trabalhão”. É dedicação quase que integral, mas é um prazer muito grande tocar, compor, ensinar e ouvir.
-- Qual é um sonho que você almeja na música que ainda não foi realizado?
Continuar tocando e gravando com grandes músicos, continuar compondo sempre e aumentar meus estudos.
-- Como foi sua trajetória como músico? O interesse pelo jazz foi sempre presente ou houve outras fases?
Comecei tocando rock. Foi no final da adolescência que comecei a me interessar por fusion, e na faculdade decidi me aprofundar no Jazz. Foi tudo natural, não premeditei nada.
Sempre tive grupos, é a maneira mais rápida de se desenvolver, vejo hoje as pessoas arrumando empecilhos para ensaiar e tocar ao vivo... Isso é uma grande besteira, quanto mais você tocar, melhor!!!!
-- Você é muito eloquente na linguagem do bebop. De onde vem isso?
Estudo muito este estilo, assim como todos os outros do Jazz, talvez este soe mais natural na minha linguagem. Eu transcrevo bastante coisa, de diferentes estilos e instrumentistas. Da época do Bebop ouço direto: Charlie Parker e Bud Powell, e Wes Montgomery, que considero passagem entre Be Bop e Hard Bop.
Mas também ouço Jazz Moderno: Dave Douglas, Dave Holland, Adam Rogers, Tim Berne, Bill Frisell. E muito Free: Paul Bley, Ornette Coleman e Don Cherry.
Links de vídeo e site:
http://www.youtube.com/watch?v=LJCVOlYVCtA – música Palavra Certa com Sinequanon no estúdio
http://www.youtube.com/watch?v=MyEzrQqc9BA – com o grupo MC4 no Sesc Instrumental Brasil
http://www.lupasantiago.com
2 comentários:
Prezado Caio,
Como faço para encontrar o cd Regra de Três???
Paeabéns pela ótima entrevista.
Abração!
Bixo, um lugar q eu sei q tem é :
http://www.freenote.com.br/site_v3/produto.asp?shw_ukey=39287150016SB3IMV5
também no site dele deve ter...
Abrs
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